QUAL A ORIGEM E A NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO?
Podemos
agora compreender o nosso universo. (...) Aqui, o espírito eterno e perfeito se
precipitou na matéria caduca e imperfeita. (...) Aqui, a existência eterna se despedaçou no ciclo em que gravitam como
duas metades os dois opostos vida-morte, encerrados no tempo. A felicidade
naufragou na dor, o espírito infinito se enclausurou no limite do
finito.(Pietro Ubaldi – DEUS E UNIVERSO – Solução Última do Problema do Ser -
Cap. VIII – Pág. 87 – 2 Ed.)
A
queda foi no estado de matéria, e o ser
deve ressurgir dela, através dela, carregando-a consigo como seu corpo. A
carga só poderá aliviar-se pela sua purificação e reespiritualização, operada
pela dor. Decaído na matéria, ele deve reerguer esta parte decaída de si
mesmo, reconduzindo-a, com o próprio esforço, ao primitivo estado de pureza e
perfeição espiritual. (Pietro Ubaldi – DEUS E UNIVERSO – Confirmações em nosso
mundo - Cap. IX – Pág. 103 – 2 Ed.)
“A
encarnação é uma necessidade para o Espírito no estado de formação, é
indispensável ao seu progresso, ao seu desenvolvimento como meio de lhe
proporcionar e ampliar progressivamente a consciência de ser o que ele não
logrará senão pelo contacto com a matéria. É a união desses dois princípios que
dá lugar ao desenvolvimento intelectual. A encarnação é uma necessidade até o
momento em que alcançando um certo ponto de desenvolvimento intelectual, o
Espírito está apto a receber o precioso
dom, mas tão perigoso, do livre-arbítrio.” (J.B.Roustaing - OS 4 EVANGELHOS –
Tomo 1 – pág. 321 – 3º/4º §§)
COMO SE DERAM AS 1ªS MATERIALIZAÇÕES/ENCARNAÇÕES DOS PRINCÍPIOS
ESPIRITUAIS/ESPÍRITOS ?
“O Princípio Espiritual, crisálida da
consciência, nasce, por transformação, de extrema evolução da energia, no berço
da matéria.” (UNIVERSO E VIDA – Áureo – HT Sant’anna – Cap. Átrios da
Protoconsciência – Pág. 39).
“O Princípio
Espiritual é o gérmen do Espírito, a
protoconsciência [...] Filho de Deus Altíssimo, inicia então a sua lenta evolução,
no espaço e no tempo, rumo ao principado celeste, a infinita grandeza crística.
Durante milênios vai residir nos cristais, em longuíssimo processo de
auto-fixação, ensaiando aos poucos os primeiros movimentos internos de
organização e crescimento volumétrico, até que surja, no grande relógio da
existência, o instante sublime em que será liberado para a glória orgânica da
vida.” (UNIVERSO E VIDA – Áureo – HT Sant’Anna – Cap. Átrios da
Protoconsciência – Pág. 42).
“A essência
espiritual sofre, no reino mineral, sucessivas materializações... Dizemos –
materializações – por não podermos dizer encarnações para estrear-se como ser.”
(J.B.ROUSTAING – Os 4 Evangelhos – Livro 1 – Pág. 292 – 7 ed. FEB).
“...Vestindo-se de
matéria densa no plano físico e desnudando-se dela no fenômeno da morte, para
revestir-se de matéria sutil no plano extra físico e renascer de novo na Crosta
da Terra, em inumeráveis estações de
aprendizado, é que o princípio espiritual incorporou todos os cabedais da
inteligência que lhe brilhariam no cérebro do futuro, pelas chamadas atividades
reflexas do inconsciente. (...) Se, no círculo humano, a inteligência é
seguida pela razão e a razão pela responsabilidade, nas linhas da Civilização,
sob os signos da cultura, observamos que, na retaguarda do transformismo, o
reflexo precede o instinto, tanto quanto o instinto precede a atividade
refletida, que é base da inteligência nos depósitos do conhecimento adquirido
por recapitulação e transmissão incessantes, nos milhares de milênios em que o
princípio espiritual atravessa lentamente os círculos elementares da Natureza,
qual vaso vivo, de forma em forma, até configurar-se no indivíduo humano, em
trânsito para a maturação sublimada no campo angélico.(...) O tato nasceu no
princípio inteligente, na sua passagem pelas células nucleares em seus impulsos
ameboídes; que a visão principiou pela sensibilidade do plasma nos flagelados
monocelulares expostos ao clarão solar, que o olfato começou nos animais
aquáticos de expressão mais simples, por excitações do ambiente em que
evolviam; que o gosto surgiu nas plantas, muitas delas armadas de pêlos
viscosos destilando sucos digestivos, e que as primeiras sensações do sexo
apareceram com algas marinhas providas não só de células masculinas e femininas
que nadam, atraídas uma para as outras, mas também de um esboço de epiderme
sensível, que podemos definir como região secundária de simpatias genésicas.”
“Examinando, pois, o
fenômeno da reflexão sistemática, gerando o automatismo que assinala a
inteligência de todas as ações espontâneas do corpo espiritual, reconhecemos
sem dificuldade que a marcha do princípio inteligente para o reino humano e que
a viagem da consciência humana para o reino angélico simbolizam a expansão
multimilenar da criatura de Deus que, por força da Lei Divina, deve merecer,
com o trabalho de si mesma, a auréola da imortalidade em pleno Céu.” .(F.C.Xavier
– Esp. André Luiz – EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS – Automatismo e Corpo Espiritual -
Cap. IV – Pág. 39-41 – 8 ed. – FEB)
De inteira coerência
com os ensinamentos de "O Livro dos Espíritos", com as idéias de Allan
Kardec, com os esclarecimentos de Sua Voz e com as lições de André Luiz, é o
que dizem J.-B. Roustaing e os Autores Espirituais de "Os Quatro
Evangelhos", quando comentam os textos evangélicos de Mateus (Cap. I: v.
1-17) e de Lucas (Cap. III v. 23-38):
- "Sempre em
estado de formação, pois que não possui ainda livre-arbítrio, inteligência
independente capaz de raciocínio, consciência de suas faculdades e de seus
atos, o Espírito, sem sair do reino animal, seguindo sempre uma marcha
progressiva contínua e de acordo com os progressos realizados e com a
necessidade dos progressos a realizar, passa
por todas as fases de existência, sucessivas e necessárias ao seu
desenvolvimento e por meio das quais chega às formas e espécies intermediárias,
que participam do animal e do homem. Passa depois por essas espécies
intermediárias, que, pouco a pouco, insensivelmente, o aproximam cada vez mais
do reino humano, porquanto, se é certo que o Espírito sustenta a matéria, não
menos certo é que a matéria lhe auxilia o desenvolvimento. Depois de haver passado por todas as transfigurações da matéria, por
todas as fases de desenvolvimento para atingir um certo grau de inteligência, o
Espírito chega ao ponto de preparação para o estado espiritual consciente, chega
a esse momento que os vossos sábios, tão pouco sabedores dos mistérios da
natureza, não logram definir, momento em
que cessa o instinto e começa o pensamento.
(...) Tudo,
repetimos, tem uma origem comum: tudo vem do infinitamente pequeno para o
infinitamente grande, para Deus, ponto de partida e de reunião. Tudo provém de
Deus e volta a Deus. Observai como tudo se encadeia na imensa Natureza que o
Senhor vos faz descortinar. Observai como em todos os reinos há espécies
intermediárias, que ligam entre si todas as espécies, uma participando do
mineral e do vegetal, da pedra e da planta; outras do vegetal e do animal, da
planta e do animal; outras, enfim, do animal e do homem. São elos preciosos que tudo ligam, que tudo
mantêm e pelos quais atravessa o Espírito no estado de formação. Passando
sucessivamente por todos os reinos e por aquelas espécies intermediárias, o
Espírito, mediante um desenvolvimento gradual e contínuo, ascende da condição
de essência espiritual originária à de Espírito formado, à vida consciente,
livre e responsável, à condição de homem.
(...) Tempo longo,
cuja duração sois incapazes de calcular, demanda a essência espiritual no
estado de inteligência relativa, no estado de animal, para adquirir, nesse
reino, o desenvolvimento que lhe permita passar ao estado intermediário, que
lhe permita, em seguida, atravessar as espécies que participam do animal e do
homem. Depois de haver passado por todas
essas espécies intermédias, ela permanece ainda longo tempo, cuja duração não
sois igualmente capazes de calcular, na fase preparatória da sua entrada na
humanidade, fase esta da qual, pela vontade do Senhor e mediante uma
transformação completa, sai o Espírito formado, com inteligência independente,
livre e responsável.
(...) Tudo, tudo, na grande unidade da Criação, nasce,
existe, vive, funciona, morre e renasce para harmonia do Universo, sob a
ação espírita universal que, à sua vez, se exerce, pela vontade de Deus e
segundo as leis naturais e imutáveis que ele estabeleceu desde toda eternidade,
mediante as aplicações e apropriações dessas leis.
(...) Sim, vós, nós,
todos, todos, exceto aquele que foi e será desde e por toda a eternidade, todos
fomos, na nossa origem, essência espiritual, princípio de inteligência,
Espírito em estado de formação; todos hemos passado por essas metamorfoses, por
essas transfigurações e transformações da matéria, para chegarmos a condição de
Espírito formado, de inteligência independente, capaz de raciocínio, com a consciência
da sua vontade, das suas faculdades e de seus atos, por efeito do
livre-arbítrio; à condição de criatura independente, livre e responsável."
A essa altura, os
esclarecimentos dos Espíritos Reveladores, que falam na obra de Roustaing, são
de magna importância: -"Depois de haver passado pela matéria animal,
chegando a um certo grau de desenvolvimento, o Espírito, antes de entrar na
vida espiritual, precisa permanecer num estado misto. Eis por que e como se
opera essa estagnação, sob a direção e a vigilância dos Espíritos prepostos.
Para entrar na vida ativa, consciente, independente e livre, o Espírito tem
necessidade de se libertar inteiramente do contacto forçado em que esteve com a
carne, de esquecer as suas relações com a matéria, de se depurar dessas
relações. É nesse momento que se prepara a transformação do instinto em
inteligência consciente.
(...) Toma a
principio uma forma indistinta, depois se aperfeiçoa gradualmente como o gérmen
no seio materno e passa por todas as fases do desenvolvimento. Quando o
invólucro está pronto para conte-lo, o Espírito sai do torpor em que jazia e
solta o seu primeiro brado de admiração. Nesse ponto, o perispírito é
completamente fluídico, mesmo para nós. Tão pálida é a chama que ele encerra, a
essência espiritual da vida, que os nossos sentidos, embora sutilíssimo,
dificilmente a distinguem. Esse o estado de infância espiritual."
Reconhecemos aqui a
necessidade da prestação de alguns esclarecimentos que clarifiquem o texto
transcrito. Existem na Espiritualidade grandes instituições, extremamente
especializa das, em verdadeiras cidades espirituais, para onde são encaminhadas
as mônadas, ou princípios espirituais, que, tendo atingido o máximo grau
evolutivo suscetível de ser obtido nos reinos inferiores da Natureza, fazem jus ao ingresso no reino das
inteligências conscientes. Trata-se de portentosas organizações, sem
qualquer similar entre as organizações terrestres, exclusivamente dedicadas às operações de eclosão da luz da
consciência, da auto-identidade, da razão, do livre-arbítrio. Nos seus indescritíveis
complexos funcionam serviços de extrema delicadeza (...) dotadas de (...) tratamentos
eletromagnéticos que ultrapassam o estágio atual da compreensão dos homens
encarnados. Esses complicados
tratamentos visam a fazer eclodir o Eu consciente nos seres fronteiriços já
maduros para a conquista dos dons do raciocínio propriamente dito, ou seja, do
pensamento continuo. Essas operações, de inaudita responsabilidade, são
levadas a efeito através de técnicas requintadíssimas (...) Operadores de
altíssima qualificação agem, nessas organizações, como verdadeiros parteiros de
consciência, sob a direta supervisão de Grandes Gênios do Mundo Maior, que os
assistem em nome do Pai Criador. (UNIVERSO E VIDA –
Áureo – HT Sant’Anna – ___________________ – Pág. __).
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